O artigo de Silvestrin e Carvalho aborda uma vasta quantidade de nomenclaturas dada a Relações Públicas, desde 1882, com o seu surgimento na Europa e na América Latina. Conforme Silvestrin e Carvalho os inúmeros conceitos atrapalham a definição correta do profissional e a conscientização das pessoas quanto as suas funções. Ainda hoje, são levantadas suposições para justificar essa falta de definição e reconhecimento do Relações Públicas que se estende com o decorrer da história.
Segundo os autores, a principal suposição se trata da história da profissão, como ela surgiu e foi definida no passado. De acordo com isso, uma das visões mais antigas é de um jornalista, Ivy L. Lee, que montou um escritório com o intuito de cuidar dos problemas de ordem pública de um empresário, surgindo assim a profissão de relações públicas. Portanto, a sua função era cuidar da imagem duvidosa de um empresário americano. Conforme Silvestrin e Carvalho afirmaram, essa versão que foi difundida no Brasil criou um falso conceito da origem da atividade.
Os autores citam Simões que, desde 1984, aborda um falso conceito do profissional de relações públicas, relacionando a profissão apenas ao meio político. Silvestrin e Carvalho afirmam também que um dos motivos dessa falta de contextualização do profissional permanece até hoje devido a falta de um ídolo na história da profissão, alguém que representasse as relações públicas nas mídias. Em contrapartida, no Jornalismo e na Publicidade existem várias personalidades que representam a história dessas profissões, ajudando a associar a imagem do profissional.
Em torno dessas problemáticas, podemos destacar as considerações feitas por Silvestrin e Carvalho, que a comunicação é parte indissociável da natureza humana, e relações públicas não podem ser diferente disso. Assim, os conceitos abordados antigamente não têm mais fundamentos atualmente. Pois como conclui João Alberto Ianhez, citado pelos autores Silvestrin e Carvalho, as organizações estão cada vez mais precisando de uma comunicação feita a partir de uma visão geral da organização. Visando seus relacionamentos, a sua inserção na sociedade, o nome da empresa, seu patrimônio e sua preservação. Nesse contexto atual que se insere o Profissional de Relações Públicas.
Portanto, de acordo com Silvestrin e Carvalho, o fim da profissão está ligado ao fim da necessidade de comunicação dos indivíduos, ou seja, não existe, pois é algo que vem se desenvolvendo de forma progressiva. Nos próximos anos, a comunicação ampliará a força e o poder das relações públicas, tornando a comunicação com os públicos e organizações cada vez mais importante.
Beatriz Bassan Stroppa
SILVESTRIN,Celsi Brönstrup; CARVALHO, Denise Werneck de. Relações Públicas no Brasil: o Desafio da Continuidade. Artigos INTERCOM. Edição digital online: http://www.univerciencia.org/index.php/browse/index/102?sortOrderId=&recordsPage=9
Nenhum comentário:
Postar um comentário