Para uma melhor compreensão do tema referente aos paralelos entre a história das Relações Públicas e as Assessorias de Comunicação Social é de suma importância entender a prática de assessoria de comunicação na medida em que ela trabalha com conhecimento e informação e confere subsídios para encaminhamento de questões e tomadas de decisão auxiliando. Portanto na resolução de problemas em função da comunicação perante ele; um assessor está relacionado com o planejamento, ordem, direção e controle das ações da organização, diagnosticando problemas e informando de maneira clara e concisa o público específico.
Partindo para o processo histórico, a origem da assessoria de imprensa e seu paralelo com o desenvolvimento da prática das Relações Públicas, Ana Maria Córdova Wels retrata em seu artigo, que o início se deu do século XX (1906) quando o jornalista Ivy Lee (considerado o pai das relações públicas) é contratado para prestar assessoria a empresários, no intuito de auxiliá-los a corrigir sua atitude para com a opinião pública, preocupando-se com a formação da imagem pública dos assessorados. Nota-se que a autora expõe, então, a prática de produzir e distribuir notícias e informações sobre empresas, por meio de uma publicação de cunho jornalístico.
Vale ressaltar que, para a autora, Lee é “divulgador” e afirma, que sua atuação como interlocutor entre organização e sociedade, é a junção de ações de relações com a imprensa e com os públicos, que se encontra na composição das assessorias de comunicação social. Alia-se a partir desse momento a função das Relações Públicas (direcionamento, intermédio ao público target) e a informação direcionada a um público específico.
Exemplifica também que para Lorenzon e Mawakdiye, efetivamente, que nos anos 1920-30 notou-se que a sociedade e a economia haviam se tornado complexas demais para continuarem sem alguém responsável em termos de comunicação, ela conclui que é nesse momento que há a “consagração” da prática do assessoramento.
Existe também a abordagem do nascimento da assessoria de imprensa no Brasil como sendo a precursora as Relações Públicas, ilustrada por ela como o embrião. O motivo dessa prática e seu primeiro indício registrado foi no dia 30 de janeiro de 1914, quando é criado o Departamento de Relações Públicas da The San Paulo Tramway Light and Power Company Limited (Companhia de Eletricidade de São Paulo), empresa canadense estabelecida no Brasil sob responsabilidade do Engenheiro Eduardo Pinheiro Lobo, considerado, então, “pai das relações públicas no Brasil” e tinha, como objetivo, intermediar as relações da companhia com os seus stakeholders.
Conforme o desenvolvimento dessa atividade e conseqüentemente das Relações Públicas, em 1970 é criada na área governamental a Assessoria Especial de Relações Públicas da Presidência da República, com o objetivo principal de promover e popularizar a imagem do Governo Militar na época. O texto afirma que essa ênfase nas ações de relações públicas deu-se dentro de uma visão de comunicação institucional que diferencia da propaganda política mais tradicional e conhecida até então.
Dentro dessa trajetória, observou-se a necessidade que as organizações passaram a ter de um programa efetivo de comunicação, que contemplasse tanto os processos internos quanto externos, promovendo ações institucionais que construam relações entre a instituição e seus públicos diversos. A partir dessa perspectiva histórica apresentada, é notável o desenvolvimento paralelo e complementar das duas atividades, as assessorias de comunicação social, vistas como intermédio entre organização e seus respectivos públicos.
Jonas Bovolenta
WELS, Ana Maria Córdova. Aspectos históricos da atividade de Relações Públicas: paralelos com a origem das assessorias de comunicação social. Edição digital on-line: http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/artigos/1180.html
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