Este texto, que é desenvolvido pela Profª Drª Maria Aparecida Ferrari e atualmente é Diretora da Faculdade de Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo. Ele faz parte de um dossiê que foi composto durante o levantamento para a construção do livro Relações Públicas na UMESP: 30 anos de história em que ela tem participação. O texto trata do presente das relações públicas e a sua relação com o que será o futuro da profissão no Brasil.
Segundo a autora, para dar início ao processo de estudo referente à profissão de relações públicas no Brasil é preciso partir de dados acadêmicos da área desde o seu no início do século XX, com Ivy Lee, objetivando desenvolver as primeiras hipóteses.
Aqui a autora se lembra da falta de apoio institucional e financeiro da maioria das universidades brasileiras desde o seu início. Não só no Brasil, mas no cenário sul americano, ainda inexiste uma escola que tenha como proposta estudar e pesquisar relações públicas sob a ótica de grandes autores como Grunig e Veric que divide a profissão em seis variáveis específicas. O desenvolvimento da profissão no Brasil foi contornada por dados que a externava, como foi no caso da Era Militar, onde o curso de Relações Públicas foi regulamentado numa tentativa de manter controle sobre as suas ferramentas contra a ditadura.
Essa falta de um estudo aprofundado sobre essa profissão desde o seu início não permitiu o seu avanço no país, limitando-se a ser uma atividade, que segundo a autora, é técnica e pouco compreendida pelos empresários e pela sociedade. Para isto basta lembrar que a profissão começou a ganhar destaque no fim dos anos 90 do século passado e mesmo assim, naquela época e ainda agora, muitos desconhecem como um relações públicas pode ser importante na gestão de crise, por exemplo.
Estamos num presente onde a profissão somente se desenvolverá e tomará o domínio dos nossos públicos a partir do momento em que é feito maior investimento acadêmico na profissão. Como Grunig já defendeu, o conhecimento sobre relações públicas não é universal e sim o reflexo da realidade de um país, mas valor, porém, pode ser percebido quando posto em relação ao mundo do século XXI.
Assim, a autora traz à cena a urgência de uma tomada de posição por parte da academia e dos profissionais, que, por meio de pesquisas, possam identificar as características do que ela e toda a comunicade comunicóloga podem chamar de relações públicas brasileiras no século XXI.
Carolina Vitória de Oliveira Correia
FERRARI, Maria Aparecida. Novos aportes das relações públicas para o século XXI. Comunicação & Sociedade. São Bernardo do Campo: Póscom-Umesp, a. 24, n. 39, p. 53-65, 1o. sem. 2003 – Edição digital on-line: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/cs_umesp/article/view/140/100
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