quarta-feira, 29 de junho de 2011

Das relações públicas e teóricas entre o regime ditatorial e a comunicação no Brasil - SANTOS, Eryka K. Leite dos

A autora trata em seu texto do desenvolvimento profissional e atuacional da relações públicas durante o período ditatorial. Segundo a mesma, a profissão chegou no Brasil em 30 de janeiro de 1914, no entanto só na década de 50 é que foi instalada como atividade empresarial.
E é a partir da criação da AERP (Assessoria Especial de Relações Públicas), em 15 de janeiro de 1968, pelo então presidente General Costa e Silva, que ganhou destaque na área política, mas segundo Eryka tal atuação já começara dez anos antes com o relações públicas Hermani d’Aguiar chefiando a campanha na candidatura de Costa e Silva à sucessão de Castelo Branco.
Toda via é em dezembro de 1970, no governo de Médici, que a AERP se integra ao sistema dos Ministérios e do Estado-maior das forças Armadas, bem como os orgãos similares da administração indireta.
Dentre todos os governos que se preocuparam com a comunicação, foram os militares que alcançaram os maiores índices de modernização do uso da comunicação como suporte de projeto estratégicos. Durante o período militar foi usada como ferramenta de manipulação à massa, mas sobre tudo no período Médici; eram muito influenciadas pelos mlitares e tinham como competência administrar toda atividade de comunicação, vendendo o regime autoritário de forma massiva, disfarçando assim a censura.
Em consequencia disso, a partir de 69, com o governo de Médici, começa um dos períodos mais importantes da história, porque mostra a perversidade possível decorrente da articulação entre a comunicação, marcada pela estética publicitária, e a coerção, determinada pela estratégia militar.
Toda via tais atos não obtiveram continuidade no governo seguinte, do general Ernesto Geisel, quando os movimentos de resistência obrigaram os militares a iniciarem a lenta e gradual marcha pela redemocratização que chegou em 1989, época das eleições diretas.
Ainda antes de finalizar seu artigo, a autora traz uma breve e linear história da profissão no Brasil, baseada em Kunsh, onde trata, por décadas, os principais destaques da história das RP. Por exemplo: década de 50 – consolidação das agências e surgimento de institutos de pesquisa, década de 60 – tornou-se a atividade privativa dos bacharéis de comunicação social com habilitação em RRPP, década de 70 – euforia causada pelo regime militar que ocasionou o surgimento de novos cursos de RP; década de 80 – redefinição do papel da profissão mediante o fim do período autoritário e finalmente a década de 90 que concretizou essa redefinição.
Por fim notamos e concluimos que passada a fase da ditadura e com a abertura política no país, houve um crescimento relevante da atuação profissional e acadêmica das Relações Públicas, e, com isso, tal passaram por um questionamento e por uma redefinição de seu papel enquanto profissão e como atividade estratégica.

Anna Fulvia Anastácio


SANTOS, Eryka K. Leite dos. Das relações públicas e teóricas entre o regime ditatorial e a comunicação no Brasil. Grupo de pesquisa Intermídia – Núcleo de Estudos e Pesquisas em comunicação e informação Nepec/CNPq – Universidade de Alagoas. Publicação on line em: http://intermidia.wordpress.com/textos/seminario/relacoesnobrasil/

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