Backer Ribeiro Fernandes faz em seu texto uma análise da história das relações públicas e para tanto parte do surgimento da profissão. O autor diz que apesar de alguns afirmarem que as relações públicas existem desde o primórdio da humanidade, seus registros como atividade responsável por estabelecer a comunicação com os diversos públicos de uma organização remontam do início do século XX, nos EUA. Essa necessidade foi estimulada pelos primeiros sindicatos de trabalhadores que se manifestavam, na época, contra os abusos das empresas. Backer afirma que no meio desta parte marcante da história das instituições, sindicalistas e patrões perceberam a importância de trabalhar a opinião pública para conquistar a o apoio da população às suas causas.
Dentro deste cenário, Backer explicita a grande evolução da profissão nos EUA, com o surgimento de agências de comunicação como a de Ivy Lee, em 1906. Ivy Lee “acreditava que a verdade era a melhor forma de obter aceitação do público. Se a verdade não podia ser dita, a solução era mudar o comportamento das empresas para que ela pudesse ser transmitida sem qualquer receio” (FERNANDES). Essa declaração, para Backer, marca o início do moderno conceito de relações públicas e considera Lee um dos pioneiros das relações públicas. O autor ainda lembra de outros pioneiros que vieram depois de Lee, como George Creel, pioneiro na questão das relações públicas no âmbito governamental (trabalhava para o governo americano na época da 1ª GM). Outro nome que o autor cita é do de Edward Bernays, que publica, em 1923, uma das obras que é considerada por muitos a primeira sobre relações públicas. Backer ainda afirma que no mesmo ano de 1923 surgiram os primeiros cursos de Relações Públicas nos EUA. Os anos seguintes foram marcados pela grande depressão da economia americana e pelo plano New Deal, fatos que autor considera importante para o grande avanço da profissão nos EUA, considerado a época de ouro da profissão na América, principalmente pelo uso desta ferramenta pelo presidente Roosevelt, que fomentou o surgimento dos serviços de imprensa nas organizações governamentais, bem como o uso da pesquisa de opinião pública.
Backer afirma que com o fim da 2ª GM, em 1945, as relações públicas nos EUA alcançaram um estágio de progresso e de aceitação muito grande e isso refletiu no surgimento de grandes empresas e consultoria de relações públicas que se perpetuam até os dias de hoje.
Camila Ribeiro de Souza
FERNANDES, Backer Ribeiro. História das relações públicas: surgimento e consolidação. In: FARIAS, Luiz Alberto de (Org.). Relações Públicas Estratégicas: técnicas, conceitos e instrumentos. São Paulo: Summus, 2011. p. 21-49.
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