quinta-feira, 30 de junho de 2011

Relações Públicas e Modernidade: novos paradigmas na comunicação organizacional - KUNSCH, Margarida Maria Krohling

Neste capítulo, Kunch procura destacar os principais fatos que marcaram a história das Relações Públicas, dando ênfase nos fatos ocorridos no Brasil. Mais especificamente neste tópico, que relata os principais acontecimentos ligados a profissão na década de 60, a autora questiona a regulamentação da profissional de Relações Públicas no Brasil, que foi o primeiro país a emitir este decreto lei, obrigando a partir de então todo e qualquer profissional da área a ser graduado em Relações Públicas.
O questionamento levantado por Kunch e por muitos autores até hoje, é que esta regulamentação, embora marcante para a profissão, acabou se constituindo em um sério obstáculo para o crescimento e desenvolvimento da área, já que limitou que outros profissionais de comunicação pudessem demonstrar a atuação do relações públicas no Brasil, que até então não era reconhecida na sociedade em geral, nem ao menos firmada no ambito profissional. As atividades exercidas por um Relações Públicas ainda eram muito confundidadas com a de outras áreas, e consequentemente gerava um visão muito negativa e esteriotipada da profissão. Muitos autores daquele período tentaram, com o intuíto de melhorar a visão da profissão socialmente, descrever o que o profissinal não fazia, ao invés de descrever as atividades realizadas.
Outro aspecto fundamental para a construção social da imagem do relações pública á aquele período, é a associação com o período histórico que  estava em vigência, como a ditadura militar, que dominava os grandes órgãos de comunicação, e atribuía ao profissional de relações públicas funções que estratificavam a visão já deturpada da área, como omissão de dados e assessoria do governo á favor do regime.
Há também depoimentos de participantes dos conselhos que defenderam a regulamentação da profissão, que se retificaram assumindo que a postura adotada naquele período foi precipitada, e que olhando sobre um viés mais atual da comunicação, seria muito mais positivo o adiamento dessa decisão, para que o profissional pudesse realmente se sentir “necessário” na sociedade, já que havia muita dificuldade de se contratar um relações públicas sem saber ao certo sua importância dentro de uma organização, e ainda com o receio de ter sua imagem prejudicada por usa-lo com representante.
É iminente neste capítulo o posicionamento da autora quanto aos prejuízos da regulamentação da profissão de Relações Públicas tão cedo, antecipando-se até mesmo aos Estados Unidos, país que foi “inspiração” para o desenvolvimento da área no Brasil. Porém, ela termina este tópico apontando que apesar disso houve um grande progresso da profissão a partir da criação de órgãos que defendiam e levaram sua conceituação através de congressos para todo o país e que também é perceptível a melhora nos cursos de graduação de Relações Públicas nos últimos anos, levando profissionais mais qualificados e conscientes de suas atribuições profissionais, e compreendendo melhor seu espaço dentro da área de comunicação.

Carolina Barbizan


KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Relações Públicas e Modernidade:  novos paradigmas na comunicação organizacional. São Paulo. Editora Summus, 1997. Edição digital:http://books.google.com.br/books?id=AZVuW83F43kC&printsec=frontcover&dq=rela%C3%A7%C3%B5es+p%C3%BAblicas&hl=pt-BR&ei=FZvqTfzSB8f40gHcr8CbAQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CDUQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false
Capítulo 1: Relações Públicas: uma análise crítica de sua trajetória no Brasil
Tópico II. Década de 1960: as amarras de uma legislação (pág. 22 à pág. 28)

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