O artigo de Maria Aparecida Ferrari aborda o desenvolvimento das Relações Públicas Internacionais nas últimas décadas e como sua prática tornou-se imprescindível no atual cenário organizacional globalizado.
Como forma de contextualizar o leitor, a autora faz uma breve seleção sobre as definições de Relações Públicas- desde 1950- sob a ótica de diversos autores. Constata-se que, nessa época, havia um estreito vínculo com a área de Administração de Empresas. Ferrari afirma que desde 1952, autores consideravam as Relações Públicas como uma função gerencial. E 50 anos mais tarde, retomaram essas considerações afirmando que a teoria das atividades de Relações Públicas teve sua origem na área de administração estratégica e da Economia.
Ferrari contrapõe afirmando que hoje, no entanto, existe um consenso em relação a seu conceito global, cuja aceitação é unânime pela comunidade de especialistas de Comunicação, principalmente em relação a sua função básica de administradora de relacionamentos.
Assim, de acordo com Maria Aparecida Ferrari, é certo afirmar que Relações Públicas é a atividade responsável por “administrar os relacionamentos de uma organização com seus públicos, com o objetivo de manter um diálogo duradouro e eficaz, que permita a possibilidade de simetria entre ambos os protagonistas de uma determinada ação.”
O fato é que para compreender o mundo contemporâneo, é preciso entender a globalização e como esse fenômeno é capaz de influir e influenciar nações, organizações e ambientes de trabalho. A globalização alterou a dinâmica das organizações, forçou a maior integração e interdependência entre as economias dos países, intensificou as relações sociais em escala mundial, resultando em um mundo mais interconectado.
Para Ferrari, após entender o contexto da globalização, é possível compreender o porquê das Relações Públicas não escaparem a esse fenômeno. De acordo com a autora, as Relações Públicas- tomando por base as práticas da Comunicação nos diferentes contextos políticos, econômicos, sociais e culturais- definem estratégias específicas para cada país ou região. A essa prática dá-se o nome de Relações Públicas Internacionais.
Assim, é notório que as Relações Públicas Internacionais são conseqüências do mundo globalizado e surgiram como forma de suplantar as divergências geográficas, culturais e linguísticas. Para a autora, é um processo para estabelecer e manter relacionamentos com os públicos em vários países com o objetivo de minimizar ameaças potenciais para as organizações.
De acordo com a conclusão da autora, percebe-se que o mundo contemporâneo globalizado é vulnerável e a interatividade é fator determinante para que exista um equilíbrio sócio-ambiental. É certo que os conflitos tendem a existir, da mesma forma a interatividade facilita a construção de relacionamentos sólidos e éticos, sem ter como importância os limites geográficos. Esta é, na visão de Maria Aparecida Ferrari, a abordagem que garante o caráter local à prática das Relações Públicas Internacionais.
Camila Silva Ferreira
FERRARI, Maria Aparecida. As dimensões locais das Relações Públicas Internacionais: teorias e paradigmas. São Paulo: Organicom, 2006. Edição digital on-line: http://www.eca.usp.br/departam/crp/cursos/posgrad/gestcorp/organicom/re_vista5/82a95.pdf
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