quinta-feira, 30 de junho de 2011

Relações Públicas: a opção do cidadão - VIEIRA, Roberto Fonseca

No primeiro capítulo do livro “Relações Públicas: a opção do cidadão” Roberto Fonseca Vieira aborda, primeiramente, as Relações Públicas como atividade. Explica que ela se caracteriza como um estímulo junto aos públicos de modo que aumentem o consumo e a produtividade. O paradigma que definiu a profissão foi como uma estratégia que legitimasse o poder da organização.
Em segundo lugar analisa o processo social, os conceitos como: opinião pública, legitimação e poder através de várias fontes do estudo do comportamento humano, como: a Sociologia e a Antropologia. Aponta os diferentes aspectos nos quais campos de estudo distintos se focam e como essa divisão ajuda na compreensão de certos elementos que são vistos de forma diferente nos ramos de conhecimento.
O autor cita como exemplo o conflito organizacional que através da Sociologia pode ter diversas ações. Pressupostos que o induzem a levar em conta outros âmbitos das Relações Públicas que por vezes são consideradas as relações subjetivas no processo de interação das organizações com a sociedade. Pois além de identificar o prisma objetivo das interações sociais, observam também o lado qualitativo e mais abstrato, como: o cultural, o econômico, o social, entre outros.
E vai mais além ao expor à ampla gama de referenciais que embasam as Relações Públicas. Que buscam mais do que propor uma estratégia de fidelização do público, se concentra em harmonizar as relações, humanizar relações de trabalho, enfim, mudar a própria sociedade.  Deixa claro que as Relações Públicas vão mais longe, ultrapassam o capitalismo beneficiando todo tipo de organização.
Ao longo do capítulo relata o surgimento da profissão, no início do século XX. Criada para defender as indústrias, atacadas por políticos e intelectuais. Em 1906 foi criado o primeiro escritório de RP em Nova Iorque por Ivy Lee que já em 1914 começou a trabalhar como consultor para Rockfeller Jr. Um empresário muito impopular e temido por ter mandado atirar nos grevistas. No Brasil remonta a era Vargas com a criação do DIP (Departamento de imprensa e propaganda) criado para fortalecer a imagem de Getúlio e sua política paternalista.
Ao longo da história demonstra os problemas e irregularidades da estratificação social e como as Relações Públicas podem ser uma ferramenta para atenuar este problema. O autor ampara essa dita tensão social com base em conceitos Hegelianos e em teorias de Durkheim, Teobaldo Andrade e Karl Marx.
Enfim, Roberto busca, no decorrer deste primeiro capítulo, expor a necessidade das Relações Públicas e das Ciências Sociais como um todo trabalharem a parte humana da interação sociedade/organizações. Em prol de uma sociedade livre para criar novas práticas e novos modos de organização além dos já existentes.

Yasmin Marques de Souza



VIEIRA, Roberto Fonseca. Relações Públicas: a opção do cidadão. Rio de Janeiro: Editora Mauad, 2002. Google Books disponível on line em: http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=eLwg9zromNYC&oi=fnd&pg=PA12&dq=hist%C3%B3ria+das+rela%C3%A7%C3%B5es+p%C3%BAblicas+no+brasil&ots=L5tyA_m3ae&sig=lVCkizS8sHoVXJLdCmJjwkxoDiE#v=onepage&q&f=false

O campo profissional de Relações Públicas e o momento de reabertura política no Brasil: Uma análise através da perspectiva da Pesquisa Histórica (1979-1985) - BECKER, Gisele e SILVA, Carla Lemos da

Este artigo mostra como o desenvolvimento da área de Relações Públicas pode ser observado concomitante à trajetória política do Brasil, focando, em um momento, no caso do presidente da república de 1979, João Baptista Figueiredo, e a partir daí analisando seus desdobramentos.
O texto inicia com uma passagem pelo contexto social e político brasileiro do período: o regime militar era a realidade, mas sinais de abertura política já começavam a aparecer, num processo iniciado pelo governo de Geisel. Investimentos em tecnologia e telecomunicações começaram a ser feitos, aumentando a necessidade de desenvolver a área de informações, e então, cursos de nível superior em comunicação passaram a ser incentivados.
Após essa apresentação do cenário na década de 70, as autoras entram no processo de criação e consolidação da SECOM – Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, órgão responsável pela gestão das informações e da imagem pública do governo. A SECOM foi eficaz, considerando que a imagem de Figueiredo passada pelos veículos de mídia era a de um presidente eficiente e bem recebido pela população, mesmo sendo pouco carismático. Porém o texto, de maneira sutil, também coloca em dúvida a integridade das notícias, abrindo suspeita para uma provável censura e controle de informações.
O artigo utiliza citações da revista Veja, a qual sempre enaltecia positivamente o presidente Figueiredo. Este bom resultado obtido pela SECOM fez com que o desenvolvimento da área de Relações Públicas fosse potencializado, gerando debates e discussões. Porém, também é exposta certa falta de união dos profissionais e pesquisadores, de modo que o foco por muitas vezes não ficou muito claro.
O que aconteceu, numa ótima conclusão das autoras, foi que as Relações Públicas ficaram engessadas por algum tempo no eixo político, por causa do enfoque da SECOM, e no empresarial, pela entrada de multinacionais no mercado brasileiro que ocorria desde o governo Geisel. Ao longo da década de 80, as discussões finalmente permearam pelos ramos sociais e comunitários, e seguiram até que a área atingisse o patamar em que hoje se encontra.

Victor Frascarelli Rodrigues Moreira


BECKER, Gisele; SILVA, Carla Lemos da. O campo profissional de Relações Públicas e o momento de reabertura política no Brasil: Uma análise através da perspectiva da Pesquisa Histórica (1979-1985). Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008. Disponível em http://paginas.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/6o-encontro-2008-1/O%20campo%20profissional%20de%20Relacoes%20Publicas%20e%20o%20momento%20de%20reabertura.pdf

Relações Públicas no Mundo - ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza

O Autor aborda no texto seis requisitos para que uma profissão possa passar a ser reconhecida: Associação de classe ativa e prestigiada pelo Governo e pela Sociedade, ensino e pesquisa no maior número possível de Universidades e Faculdades, código de ética bem definido, reconhecimento da posição do profissional (legal ou tácito), publicação crescente de livros e periódicos e interesse Social.
Até 1975, ano de publicação de “Relações Públicas no Mundo”, a profissão de Relações Públicas ainda não era reconhecida no mundo todo, entretanto caminhava de forma acelerada para sua concretização; alguns países da América e da Europa nessa época já possuíam os requisitos supracitados para o reconhecimento da profissão.
Em 1974, havia 54 associações de Relações públicas espalhadas no mundo e – 22 países ofereciam cursos superiores de Relações Públicas, sendo eles: África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Colômbia, Egito, Espanha, França, índia, Iran, Israel, Itália, Holanda, México, Peru, Portugal, Turquia, Venezuela e Estados Unidos da América.
     Na América do Norte, em 1973, 89 Universidades ou Faculdades disponibilizavam cursos de RP e destas, dez ofereciam cursos de pós-graduação na área. Já no Brasil, tínhamos 27 Universidades ou Faculdades com curso superior de RP sendo 13 só em São Paulo.

Thaiane Nogueira


ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza; Relações Públicas no Mundo. Relações Públicas em Revista, ano 4, n. 38, p. 8-9, 1975. Disponível em edição digital online: http://www.portalrp.com.br/bibliotecavirtual/teobaldodeandrade/teobaldo02/0291.pdf

A trajetória das Relações Públicas nos países do Mercosul: reflexão e pesquisa da atividade - FERRARI, Maria Aparecida

O Mercosul, ou Mercado Comum do Sul, é uma associação econômica que integra cinco paises da América do Sul - Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, com interesses em diversos âmbitos como no livre comércio, na união alfandegária e econômica.
Diante desta realidade de aproximações dos países citados, bem como suas semelhanças socioeconômicas e históricas, o presente artigo relata a falta de conceitos sobre o surgimento e a trajetória da profissão de Relações Públicas nos cinco países.
A autora, Maria Aparecida Ferrari, descreve a trajetória da profissão em suas particularidades na Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Baseada pela história extraída do levantamento teórico que realiza de autores de cada nacionalidade, ela aponta as variáveis que aceleraram ou impediram o desenvolvimento das relações públicas. No caso brasileiro, Maria Aparecida Ferrari cita que o processo de globalização contribuiu para o processo de comunicação nas empresas, abrindo espaço para novas áreas em relações públicas. A Argentina, segundo Ferrari, tem uma posição privilegiada, pois encontrou, em um estudo, que o país se antecipou em relação a Europa na prática da profissão. A autora cita, entre outras informações sobre o Chile, que uma empresa canadense, em 1952, foi responsável pelo primeiro departamento de assessoria de imprensa. No Paraguai, é citado o valor que empresas e agências internacionais remetem ao profissional de relações públicas. No Uruguai, Ferrari alega a falta de incentivo das entidades da categoria e a inexistência de cursos universitários como fatores que enfraquecem o valor da profissão. Uma de suas conclusões teve como fundamento a influência da Ditadura Militar, decorrida em todos os países pesquisados, nos relacionamentos e no desenvolvimento nas capacidades básicas de cada país em níveis e graus distintos.
Ferrari ainda afirma que, Brasil e Argentina são os dois únicos países do Mercosul que conseguiram legitimar as relações públicas como atividade estratégica. A autora acredita que os demais países crêem na resolução de suas crises ou relacionamentos em uma simples aparição na mídia.

Tatiana Arruda Tavares


FERRARI, Maria Aparecida. A trajetória das Relações Públicas nos países do Mercosul: reflexão e pesquisa da atividade. São Paulo – Universidade Metodista de São Paulo. Edição Digital on-line: http://galaxy.intercom.org.br:8180/dspace/bitstream/1904/17566/1/R0301-1.pdf

Contextualizando as Relações Públicas como atividade do campo profissional - CABESTRÉ, Sonia Aparecida

A autora coloca quatro fases que descrevem os peridos das Relações Públicas, e segundo ela, o terceiro momento das  Relações Públicas pode ser denominado como aperfeiçoamento (1969–1980), pois é nessa época que surge o curso de pós-graduação na área, e os avanços tecnológicos na cultura permitem a introdução de "modismos" criados pelos americanos. A autora coloca como exemplo disso o surgimento, em 1969, dos Conselhos que regulam a profissão de Relações Públicas, com atribuições de caráter normativo e fiscalizador.
De acordo com a autora, os seguintes fatos merecem destaque nas décadas de 70/80: a criação do Conselho(s) Federal e Regionais de Relações Públicas; criação da Comissão de Ensino para pesquisar o desenvolvimento do ensino de RP e estudar os curriculos; o inicio da divisão de matérias; a reorganização do Sistema de Comunicação Social do Poder Executivo; a criação do CIESURP (Centro Interamericano de Estudos Superiores de RP). Ainda na década de 70, um marco para a área de Relações Públicas, segundo a autora, é a I Assembléia Mundial de Relações Públicas. Esta aprovou o "Acordo do México", referendado por entidades de 33 paises, onde definiu-se que o exercicio da profissao requer ação planejada de forma a elevar a comunicação entre entidades para promover desenvolvimento reciproco e de sua comunidade.
 Nos anos 80, a autora acredita ser importante destacar que ocorre a proliferação das teses ‘ciespalinas’ (CIESPAL, orgao criado pela UNESCO). Fato que, segundo ela, tem um papel importante na “latino-americanização" do ensino de comunicação no Brasil. Junto a isso, a defesa do diploma jornalista traduz o conflito e a tensão entre o ensino de comunicação, o empresariado e o sistema produtivo.
     Dando seguimento, a autora retoma as pesquisas de Melo, 1991, e afirma que segundo ele é fundamental investir na pesquisa pois as escolas de comunicação precisam trabalhar a necessidade de conhecer, diagnosticar e avaliar os fenômenos que estão presentes no dia-a-dia da sociedade.        
Um desafio significativo, a autora aborda segundo Melo, é a busca de interação entre graduação e pós-graduação. Sendo que, após a titulação, muitos docentes se esquecem da graduação e não introduzem nos cursos de graduação os conhecimentos absorvido, e acabam por dedicar-se à programas de pesquisa ou à burocracia acadêmica.

Sara Branco Lazaro


CABESTRÉ, Sonia Aparecida. Contextualizando as Relações Públicas como atividade do campo profissional. Bauru/SP: Universidade do Sagrado Coração, 2004. Edição digital on-line:        http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/artigos/1293.html

O Parlamento Nacional das Relações Públicas e as medidas adotadas pelo CONFERP para sua viabilização prática - ATHAYDES, A

Inicialmente a autora trata da questão do surgimento da profissão de Relações Públicas no Brasil em 1914 com a criação do departamento de Relações Públicas da The São Paulo Tramway Light and Power Co. No mesmo ano, é criada a Associação Brasileira de Relações Públicas – ABRP, inicialmente presidida por Hugo Barbieri e cujas finalidades são:

A finalidade da ABRP, expressa em seus primeiros estatutos, era: a) congregar todos os profissionais, estudiosos e entidades    cujas atividades sejam ligadas a Relações Públicas; b) tornar conhecida, apreciada e respeitada a atividade profissional de Relações Públicas; c) proporcionar o aperfeiçoamento profissional de seus associados e das pessoas que desejarem dedicar-se a Relações Públicas, promovendo cursos, palestras, congressos, etc. d)pugnar pelo reconhecimento, oficialização e regulamentação da profissão de Relações Públicas e de cursos de formação profissional (GURGEL, 1985 p.35).


                   Cumprindo seu estatuto, a ABRP passa a organizar encontros, cursos e até pequenas publicações a respeito da profissão. No ano de 1965, o deputado Herbert Levy apresenta à câmara dos deputados um projeto de lei que visa regulamentar a profissão no país, apenas em 1967 é que a profissão é regulamentada no país através da Lei nº 5.377, de 11 de dezembro. Fazendo com que o Brasil se tornasse o primeiro país no mundo a apresentar uma legislação para este tipo de área.
                   No ano de 1968 o Decreto nº 63.283, de 26 de setembro é aprovado o Regulamento da Profissão de Relações Públicas. No ano de 1971 é criado o CONFERP (Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas) , uma autarquia federal para fiscalizar e disciplinar a profissão no país, a partir daí são criados diversos CONRERP’s  para executar as diretrizes baixadas pelo CONFERP nas regiões do país aonde cada um tem abrangência, além de receber, analisar e julgar os casos de ética profissional, entre outras funções. O sistema passou por alguns entraves com relação às funções deste profissional e para solucionar  houve uma regulamentação e organização administrativa do sistema CONFERP.. O aumento do número de cursos de graduação  na área resultou na migração dos profissionais para a área de assessoria de comunicação, fazendo com que surgissem  pequenos escritórios, agências e bureaus de comunicação, baseando as suas atividades nos preceitos de marketing. O crescimento e a rapidez nos resultados oferecidos pelo Marketing fizeram com que a profissão de Relações Públicas passasse por uma pequena frustração, uma vez que o com o fascínio pelo marketing a garantia de empregabilidade para os relações-públicas da época não fosse garantida. A partir deste contexto, os profissionais de Relações Públicas passam a exigir a desregulamentação da profissão, uma vez que o sistema CONFERP não conseguia evitar que profissionais de outras áreas assumissem funções que seriam executadas pelos relações-públicas.

            Em 1992 o CONFERP resolve elaborar um questionário  que foi aplicado para os profissionais registrados no sistema e associados à ABRP a fim de delimitar as funções e atribuições da Assessoria de Comunicação. O resultado foi apresentado e aprovado na reunião do CONFERP em 1993, em Fortaleza. A partir deste fato surgiu o Parlamento Nacional das Relações Públicas, que tem como objetivo modernizar a atividade, adequando-a aos novos tempos. Os CONRERP’s foram os responsáveis para levar a discussão para as universidades de cada região. A partir daí foi eleita uma comissão responsável pela mensuração dos resultados da discussão. Isto resultou em um novo documento intitulado “Carta de Atibaia” que defendia a continuidade da regulamentação da profissão no Brasil, uma vez que esta esteve sob ameaça no início do processo de globalização. Dentre as demais coisas o documento buscava aperfeiçoar de certa forma alguns pontos que proporcionavam uma melhoria na concepção de Relações Públicas no Brasil. No ano de 2002 foi aprovada  a Resolução nª 043 que determinou alguns termos como essencialmente atividades realizadas por profissionais de Relações Públicas, como por exemplo: comunicação organizacional, comunicação institucional, comunicação empresarial, comunicação cívica, comunicação dirigida, pesquisa quantitativa e qualitativa, auditoria de opinião e de clima, entre outros termos. Além disto, o sistema CONFERP passou a atualizar as nomenclaturas das funções de Relações Públicas de acordo as necessidades do mercado.
            Por fim, a autora levanta a questão da assessoria de imprensa (função disputada por jornalista e relações-públicas)  e a batalha dos jornalistas pela regulamentação da profissão. Também é levantada a questão pedagógica e a reforma do ensino das relações públicas e como ele vem sendo repensado pelos profissionais mais recentemente.

Renato Vieira Belinelli


ATHAYDES, A. O Parlamento Nacional das Relações Públicas e as medidas adotadas pelo CONFERP para sua viabilização prática. Disponível em: http://paginas.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/6o-encontro-2008-1/O%20Parlamento%20Nacional%20das%20Relacoes%20Publicas%20e%20as%20medidas%20adotadas.pdf.

Cidadania, política e sindicalismo no contexto histórico do nascimento das Relações Públicas - Neto. Júlio Pinho de Sá

Na busca de compreender o nascimento do profissional de Relações Públicas, e sua inserção no cenário político, social e econômico, com a verdadeira natureza da profissão de Relações Públicas, Julio Afonso Sá, introduz ao leitor uma reflexão a respeito do início da profissão no Brasil, destacando suas situações históricas no país bem como as implicações decorrentes no exercício da carreira.
O autor afirma que a gênese do Relações Pública na sociedade, foi o surgimento de uma sociedade democrática, a qual pode estabelecer o diálogo, o consenso, a ausculta aos diversos grupos e movimentos sociais. A partir de mobilizações sociais e discussões políticas, nesta cena histórica, as lutas de classe, ou movimentos sindicais, as associações patronais e o desenvolvimento do capitalismo, integram um capítulo essencial para o nascimento do profissional de RP, nos EUA do século XI.
Partindo desse pressuposto o autor aborda em seu artigo os fragmentos que considera imprescindíveis para compreender o contexto o qual está inserido as Relações públicas, são eles: o sindicalismo norte-americano no século XIX, o qual aborda a transitoriedade que a sociedade estava sofrendo; as consolidações sindicais; a mobilização do patronato quanto as políticas e estratégias anti-sindicais.
Após esta contextualização social, economia e cronológica, o autor chega à primeira metade do século XX, abrangendo assim, a consolidação do profissional de Relações Públicas e a conceituação de seu nascimento de Vanderbilt a Ive Lee.
Esta abordagem do nascimento das Relações Públicas, considerando o contexto econômico, social e político da época, é bastante esclarecedora para que se possa estabelecer a verdadeira função do RP na esfera profissional. Atualmente as RP voltam a inserir-se nas grandes questões contemporâneas. Segundo o autor, fala-se de uma nova perspectiva da profissão a partir do fortalecimento dos movimentos sindicais, tão bem representados pelas ONG´s e dos demais grupos e associações da sociedade civil.

Renata Mattos


Neto. Júlio Pinho de Sá. Cidadania, política e sindicalismo no contexto histórico do nascimento das Relações Públicas. Paraíba: Universidade Federal da Paraíba. Edição digital on-line: http://www.bocc.ubi.pt/pag/pinho-julio-cidadania-politica-sindicalismo-relacoes-publicas.pdf

50 anos dos primeiros cursos regulares de relações públicas no Brasil - TORRES, Mirtes V.

São muitas as teorias e trajetórias traçadas para o surgimento da profissão de Relações Públicas. Alguns autores até mesmo afirmam que as relações públicas são a arte de se comunicar e que estas remontam à origem do ser humano. O primeiro autor que realmente desvinculou as relações públicas ao simples ato de se comunicar e afirmou que poderiam ser tidas como possibilidade de atividade profissional foi o norte-americano Edward Bernays.
As Relações Públicas surgiram nos Estados Unidos, no final do século XIX. Ainda para Edward Bernays, a sociedade americana promovia a participação de todos em todos os assuntos de comum interesse, devendo empenhar o seu sentido de responsabilidade comunitária e o direito à informação.
Mirtes Torres aponta que na América Latina, a atividade de Relações Públicas ganhou destaque no Brasil, onde despontou em 1914, no âmbito empresarial, com a criação de um departamento específico na The São Paulo Light Tramway, a posteriormente conhecida Eletropaulo.
Em 1953, ainda segundo Mirtes, instalou-se no Brasil o primeiro curso de Relações Públicas, na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, sob o patrocínio da Organização das Nações Unidas. O curso foi ministrado pelo professor Eric Caslson, dos Estados Unidos. Com a crescente preocupação das empresas em criar um conceito positivo de sua identidade, surge em 1954, um “Grupo de Relações Públicas”, o que iniciaria as atividades da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP).
Seguindo o caminho de Bernays ainda, mais um curso de Relações Públicas surgido na FGV contribuiu para difundir ainda mais o interesse pela causa. Em 1962, surgiu o primeiro livro sobre a atividade (“Para entender Relações Públicas”, de Cândido Teobaldo de Souza Andrade). Mirtes finaliza mostrando que, em 1967, surgiria enfim o primeiro curso efetivo superior de Relações Públicas com quatro anos, na Escola de Comunicações Culturais, a atual Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Logo depois seriam criados muitos mais cursos efetivos em universidades públicas e privadas que permeiam até hoje.

Raissa Lariana Viegas


TORRES, Mirtes V. 50 anos dos primeiros cursos regulares de relações públicas no Brasil. Edição digital online: <http://www.portalrp.com.br/bibliotecavirtual/memoria/0192.pdf>

Teoria e Prática – uma relação dissonante em Relações Públicas no Brasil do Século XX - STEFFEN, Ana Maria Walker Roing

O artigo Teoria e Prática – uma relação dissonante em Relações Públicas no Brasil do Século XX faz uma revisão histórica da atividade de Relações Publicas durante o século XX no Brasil baseada numa discussão sobre a dissonância entre teoria e prática relacionada a essa profissão.
A autora Ana Maria W. R. Steffen numa tentativa de revelar o dualismo existente entre a maneira em que a profissão é percebida como ciência e como atividade, faz uso de uma narrativa absolutamente objetiva dos principais fatos históricos e o contexto conjuntural intrínseco a eles, que influenciaram de alguma forma a construção do conhecimento cientifico acerca das Relações Publicas.
Para isso, em sua abordagem inicial, Steffen relata a história das Relações Públicas nos EUA para posteriormente deter-se ao Brasil, diferenciando que enquanto no primeiro a atividade principal da profissão era a de mediar a relação das instituições com seus públicos, no Brasil, o foco era manipular informações a serviço do Governo Ditatorial.
Assim, a explanação vai seguindo uma linha cronológica com a descrição da atividade de Relações Públicas nos governos de Campos Salles, de Getulio Vargas com a implementação do DIPS ( Departamento de Imprensa e Propaganda), do governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek até a queda dos regimes militares e a instituição da República democrática nos anos 80.
É importante destacar que ao mesmo tempo em que faz uma revisão histórica sociopolítica do Brasil, a autora alcança seu objetivo maior ao verificar a maneira em que a profissão de Relações publicas foi e vem sido percebida pela sociedade e pela comunidade acadêmica ao longo dos anos.
         Steffen, após algumas reflexões, conclui ao final do artigo que o pensamento teórico sobre as Relações Públicas no Brasil de fato não se associa a sua prática, tendo sido construído não a partir de pesquisas empíricas mas sim a partir de bases exclusivamente bibliográficas, o que segundo ela, justifica a dificuldade em se definir o ser e o fazer dentro da profissão.

Patricia Akemy Ishii



STEFFEN, Ana Maria Walker Roing. Teoria e Prática – uma relação dissonante em Relações Públicas no Brasil do Século XX. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2008. Edição digital on-line: http://www.pucrs.br/edipucrs/historiarp.pdf

Resgate histórico das relações públicas comunitárias no Brasil - KUNSCH, W.L.

Com o objetivo de recorrer à memória de uma das áreas de atuação da profissão de relações públicas, Waldemar Kunsch discorreu sobre o histórico das relações públicas comunitárias, com referência em diversos autores que escreveram sobre o assunto como Kunsch (2001), Melo (1983), Berger (1995) e outros.
Segundo o autor, apesar de somente na década de 1980 as relações públicas ganharam a área comunitária, oficialmente, como uma de suas funções no Brasil, vários autores e profissionais já defendiam esse setor como campo de atuação da profissão, como Bernays e Childs, que há algumas décadas enxergaram que um dos problemas da profissão é o relacionamento da organização com a sociedade. No Brasil, diversos autores também se preocuparam em se aprofundar e problematizar a questão. Toda essa conscientização, segundo Waldemar Kunsch, teria levado o IX Congresso da União Cristã Brasileira de Comunicação de Comunicação Social a incluir em seu painel de relações públicas o interesse comunitário.
A partir dessa decisão, os profissionais passaram a ter novo foco e desafio: o compromisso da organização com a comunidade, no que se refere à conscientização crítica desta sobre os assuntos de seu interesse e capacitar sua participação nas tomadas de decisões. Ou seja, o profissional deve passar a ser parte integrante do grupo a ser atingido e não apenas expectador da sociedade.
Assim, o autor deixa claro, a partir de referências a renomados autores e interpretações de suas obras, que as relações públicas comunitárias têm um histórico próprio. Uma profissão tão abrangente agrega responsabilidades e funções conforme o tempo e suas necessidades. A história das relações públicas comunitárias e da profissão em geral continuará sendo escrita, nunca terá um fim e é preciso resgatar em sua memória os fundamentos e explicações para entendermos o presente e contribuirmos para o futuro.

Pamela Silveira Suguita


KUNSCH, W.L. Resgate histórico das relações públicas comunitárias no Brasil. In: KUNSCH, M. M. K; KUNSCH, W. L. (Orgs.). Relações públicas comunitárias: a comunicação em uma perspectiva dialógica e transformadora. São Paulo: Summus, 2007.

Comunicação Organizacional e as Novas Relações Públicas - NASSAR, Paulo

O autor Paulo Nassar inicia o texto apontando grandes acontecimentos políticos e econômicos, como os governos militares, a transição democrática e processo de globalização como influenciadores diretos da Comunicação Organizacional. De acordo com o autor, o período antidemocrático destaca-se pela falta de transmissão de informações e de diálogo entre as organizações e seus públicos. Nessa época, o sistema de rádio e TV estava voltado exclusivamente para causas como a campanha governamental “Brasil – ame-o ou deixe-o”, que estava sendo bastante veiculada na época. Assim, Nassar afirma que o período da ditadura foi extremamente adverso para o desenvolvimento das Relações Públicas, pois as únicas estruturas que conseguiram visibilidade foram as assessorias especiais de RP, ligadas aos governos militares, às empresas estatais e às universidades.
Em 1967 surge a Aberje – na época, Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresa. Entretanto, o autor explica que somente na segunda metade da década de 80 o Jornalismo Empresarial e as Relações Públicas deixam de serem vistos como ferramentas de segundo plano, as quais não faziam parte permanente do planejamento estratégico empresarial. Segundo Nassar, a proposta da comunicação integrada apareceu em 1985, período da Nova República, quando a Rhodia brasileira divulgou seu Plano de Comunicação Social, o qual é apontado pelo autor como o documento mais importante da Comunicação Empresarial dos anos 80, apesar de não ter conseguido alcançar um modelo sistêmico, que tivesse todas as ações voltadas a todos os públicos estratégicos das organizações.
Paulo Nassar explicita que a Globalização, na década de 90, trouxe a necessidade de se comunicar de forma permanente e integrada com todos os públicos ligados à imagem das organizações; uma comunicação estratégica, dirigida, oposta aos processos comunicacionais alienantes, como foco somente na produção e na comercialização. Assim, o autor propõe a formação de uma nova Relações Públicas, baseada na união das competências referentes às áreas da comunicação (jornalismo, publicidade e propaganda, RP, marketing) para, então, enfrentar o desafio de conquistar os diversos públicos para atrair os resultados esperados.

Nathaly Pirula Silvestre


NASSAR, Paulo. Comunicação Organizacional e as Novas Relações Públicas. Disponível em: http://www.portalrp.com.br/bibliotecavirtual/relacoespublicas/ideiasetendencias01/0075.htm

O Momento Histórico do Aparecimento das Relações Públicas - WEY, Hebe

Nos primeiros capítulos, o autor procura contextualizar a profissão perante as mudanças na sociedade que favoreceram o surgimento da profissão. Por exemplo, nos Estados Unidos depois da Guerra Civil, que causou uma busca frenética por dinheiro, marcada por muita exploração. O período também foi marcado por grandes empreendedores aproveitando-se do poder político para favorecer seus interesses econômicos e aumentar a presença no governo. Nesse cenário de exploração, surge uma pressão dos próprios trabalhadores lutando pelos seus direitos, e conquistaram uma legislação regulamentadora que realmente os favoreciam. Assim se deu o  surgimento do “jornalismo de denúncia” no século XIX, no intuito de expor os abusos políticos e sociais. Assim,  grandes capitalistas foram denunciados e encontraram num jornalista uma maneira de evitar esses acontecimentos. O jornalista era Ivy Lee, que pôde enxergar na situação um novo “negócio”: assessoria aos empresários, para auxiliá-los a corrigirem suas imagens perante a opinião pública. E, foi assim que em 1906 Ivy Lee criou o primeiro serviço de imprensa, e o conceito de Relações Públicas começou a estar mais presente nos dicursos, o que foi crescente nos anos que se seguiram, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Hebe Way também traça a linha histórica das Relações Públicas no Brasil. Segundo o autor, apesar de existirem diversos departamentos de informação e comunicação desde 1914, foi só a partir de meados dos anos 50 que as atividades da área foram profissionalizadas.em 1946, no DASP- Departamento Administrativo do Serviço Público, foram determinadas as atividades de relações públicas, com o fim de melhorar as relações entre os públicos, além de trabalhar também com pesquisa de opinião pública. Os estudos e pesquisas voltados para a área governamental prevaleciam, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, e geralmente era devido ao conhecimento do que era feito no exterior, identificando e associando as necessidades que surgiam aqui no Brasil. Entre 1953 e 1954, foi fundada a ABRP -Associação Brasileira de Relações Públicas, o que possibilitou a discussão de um estatuto da profissão.Durante os anos 60, surgiram vários cursos profissionalizantes da área, e no final da década foram fundadas as primeiras Faculdades de Comunicação Social, com especialização em Relações Públicas.
Cabe ressaltar que o autor  explica a necessidade da profissão diante do comportamento humano dentro de uma sociedade, com conceitos sobre sociedade de consumo  e  meios de comunicação de massa, ou seja, aspectos sociológicos do aparecimento das Relações Públicas.

Nathália Rapetti


WEY, Hebe. O processo de Relações Públicas. São Paulo, Summus 1986. Edição digital : http://books.google.com.br/books?id=HdMaODLXrEYC&pg=PA28&dq=hebe+way&hl=pt-BR&ei=SEf6TZfuJKPkiAKa__GKBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CDQQ6AEwAA#v=onepage&q&f=true Capítulo II – O Momento Histórico do Aparecimento das Relações Públicas

Relações Públicas: atribuições, conceitos e breve histórico - TERRA, Carolina Frazon

                   O capítulo inicia-se como uma exposição de conceitos sobre ao que se destina a prática das Relações Públicas, sendo esta encarada pela autora como “administração estratégica da comunicação com os públicos, resguardando seus interesses e se empenhando para atingir o ápice da troca entre organização e estes”.
                   Para melhor definir a função deste profissional Carolina Frazon Terra cita a definição da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), cabendo ao Relações Públicas exercer “a atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para estabelecer e manter a compreensão mútua ou privada e os grupos de pessoas a que esteja diretamente ou indiretamente ligada”.
                   Em seguida Terra parte para os aspectos históricos e atribui à Revolução Industrial o ponto crucial do processo de criação da atividade de Relações Públicas, devido à necessidade de humanização dos relacionamentos. Sendo o marco de sua criação o ano de 1906, com a inauguração do primeiro escritório de relações públicas nos Estados Unidos. Desde então, a profissão foi ganhando espaço até se tornar peça chave na formação da opinião pública durante a Segunda Guerra Mundial.
                   No Brasil, embora o primeiro departamento de relações públicas empresarial tenha sido criado em 1914, é somente na década de 60 que é consolidado o conceito de Relações Públicas pela Federação Interamericana de Associações de Relações Públicas (FIARP), em 8 de agosto de 1963. Somente quatro anos depois é criado o primeiro curso superior na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo.
                   Após essa breve contextualização histórica, Carolina passa a discorrer a respeito e a caracterizar os principais instrumentos utilizados pelos profissionais nos mais diversos meios de comunicação (escrita, oral, audiovisual, visual e aproximativa).
Ao final do capítulo Terra conclui que cabe ao profissional de Relações Públicas todo e qualquer trabalho institucional e que envolva – “pesquisa, comunicação interna e externa, planejamento e avaliação de ações”.

Natassia Yalmanian


TERRA, Carolina Frazon. Tudo pelo Social: A Responsabilidade Social como uma das Atribuições de Relações Públicas. São Paulo, 2004. Edição digital on-line: http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual/responsabilidadesocial/0232.pdf Capítulo 2 – Relações Públicas: atribuições, conceitos e breve histórico

Relações Públicas - KUNSCH, Margarida M.K.

A História das Relações Públicas no Brasil teve seu início em 1914, quando a então The São Paulo Tramway Light and Power Company Limited - hoje Eletropaulo- fundou o primeiro departamento de Relações Públicas do país, que tinha a frente Eduardo Pinheiro Lobo, patrono da profissão, mas o seu desenvolvimento só se deu á partir de 1950 com um incentivo dos governos de Getúlio Vargas (1951-1954) e Juscelino Kubitschek (1956-1961).
Segundo a autora nesse período o Brasil passava por uma nova conjuntura econômica, política e social, que permitiam a entrada de multinacionais no país e muitas delas já vinham com a cultura das Relações Públicas, algumas traziam inclusive o profissional de fora do país. Já que o Brasil não tinha curso de Relações Públicas.
A autora traz também dados sobre a criação do curso universitário de Relações Publicas que aconteceu em 1969 oficializado pela ECA- USP, que viria a se tornar a primeira faculdade a ter scrito e lato senso em Relações Públicas, e foi nela que se defendeu a primeira tese brasileira da área (Candido Teobaldo de Souza Andrade, 1972). É só a partir da década de 70 que outros cursos de Relações Públicas começam a surgir, hoje existem cerca de 75 cursos superiores em Relações Públicas no Brasil, sendo que a maioria se concentra no sul e no sudeste.
Durante alguns anos houve uma disputa entre acadêmicos para determinar se o curso entraria no núcleo da comunicação ou da Administração, o curso acabou ficando no campo da comunicação, pois os que o queriam na outra área não tinham tantos bons argumentos. Kunsch diz ainda que outro marco das Relações Públicas é que o Brasil foi o primeiro país a determinar que a profissão só poderia ser exercida por bacharéis da área, o que foi considerado bom e ruim, bom pela valorização do curso no país, e ruim pela dificuldade de fiscalização.Hoje a profissão deve ser dividida entre os profissionais do mercado e os profissionais acadêmicos.
Na conclusão a autora reforça que cada vez mais ambos os campos referente ás Relações Públicas crescem exponencialmente e que agora é uma questão de esclarecimento e difusão das melhores definições do que é e o que produz um relações públicas.

Mércia Araújo Pereira


KUNSCH, Margarida M.K. Relações Públicas. In MELO, José Marques de (Org). O campo da comunicação no Brasil. Petrópolis, RJ. Editora Vozes, 2008. p. 118-127.

Relações Públicas versus Öffentlichkeitsarbeit: Um estudo comparativo entre a atividade de Relações Públicas no Brasil e na Alemanha - AREND, Katia Aiko Murata

                   Em sua monografia apresentada como requisito parcial à conclusão do Curso de Comunicação Social habilitação em Relações Públicas da Universidade Federal do Paraná Katia Aiko Murata Arend compara as atividades desenvolvidas pelo profissional no Brasil e na Alemanha, para isso a autora aborda principalmente a trajetória histórica, legislação, regulamentação e formação. Abordaremos o contexto histórico alemão que a autora apresenta no tópico Contexto Histórico Surgimento das Relações Públicas na Alemanha.
                   A autora inicia sua abordagem citando Guenter Bentele (2002) que divide o desenvolvimento das Relações Públicas na Alemanha em 6 momentos. O primeiro é o desenvolvimento do campo profissional que se inicia em meados do séc. XVII e vai até 1918 com o surgimento do primeiro escritório de imprensa oficial e a primeira campanha política, na qual o profissional tinha a função de informar a comunidade sobre assuntos municipais. O segundo período vai até 1933 onde ocorre a consolidação da profissão, nas grandes indústrias alemãs como Siemens e Basf. Para Katia a contratação de Ivy Lee pela empresa IG Farben é o grande marco desse desenvolvimento.
                  O terceiro período termina em 1945 juntamente com o fim do Regime Nazista. É na terceira fase que se dá a grande campanha nacional de Relações Públicas para arrecadar fundos para a Primeira Guerra Mundial, mas também, lembra Katia, é o momento em que a profissão fica mais estagnada por causa da concentração da comunicação nas mãos do Ministério Nacional de Informação Pública e Propaganda do Governo Nazista. É então que a autora cita KALT (1994, p. 17) afirmando que foi nessa mesma época que Carl Hundhausen utilizou pela primeira vez o termo Public Relations.
                   Até 1958 é o quarto momento no qual se dá o recomeço da profissão e aproximação do modelo americano de fazer RP. Katia ressalta a grande influência americana no desenvolvimento da profissão e a reintrodução do termo alemão “Öffentlichkeitsarbeit” por Oeckl em 1951 no lugar de Public Relations. O quinto momento tem seu início com a fundação da Associação alemã de Relações Públicas em 8 de dezembro de 1958 e vai até 1985. É nesse período que segundo a autora se forma uma imagem ruim do profissional, como um mero propagandista e formador de trustes. O sexto período é o que vigora até hoje com o desenvolvimento das agências e maior profissionalização, para Katia um grande marco desse período é a implantação dos cursos para o ensino de Relações Públicas.
                   Como a própria autora ressalta no início do tópico se pode notar que o desenvolvimento da profissão de Relações Públicas na Alemanha é marcado por vários acontecimentos históricos assim como aqui no Brasil.

Mayra Gianoni Moreli


AREND, Katia Aiko Murata. Relações Públicas versus Öffentlichkeitsarbeit: Um estudo comparativo entre a atividade de Relações Públicas no Brasil e na Alemanha. Paraná: GRIN, 2003. Edição digital on-line: http://bit.ly/jlYcWh

(Re) Construindo a história das Relações Públicas - SCROFERNEKER, Cleusa Maria Andrade

Em seu texto “(Re) Construindo a história das Relações Públicas” a autora Cleusa  Scroferneker  defende a idéia de uma reconstrução da história das Relações Públicas. Segundo ela a complexidade da profissão e as inúmeras definições- mais de 100- fazem com que sejam reveladas incongruências, dessa que é uma área relativamente recente no Brasil.
O texto de Scroferneker mostra que o descompasso entre os diferentes autores que pesquisam e escrevem sobre a atividade de Relações Públicas torna constante a ambiguidade e acaba por apresentar diferentes configurações.
Pautada no estudo desenvolvido por diversos autores sobre a História da profissão de Relações públicas, Cleusa Maria Scroferneker  analisa as perspectivas por eles desenvolvidas e defende a tese de que vários deles reafirmam e consolidam o objeto organizações-públicos, mas ao mesmo tempo também colocam em evidência que essa área da comunicação ainda encontra-se em uma “encruzilhada” conceitual.
Partindo da idéia de que a história das relações publicas precisa ser revista, repensada e reconstruída a autora  levanta algumas questões como por exemplo: Como é contextualizado o surgimento da relações públicas? A que situações ou fatos a atividade e atuação profissional são relacionadas na sua origem?Como todo esse conhecimento tem sido desenvolvido junto aos alunos de Comunicação Social, e especialmente de Relações Públicas? E os professores, profissionais dessa área tem sido suficientemente críticos e reflexivos para (re)construírem essa história?
A partir de uma reflexão e da busca de respostas sobre essas questões a autora acredita que talvez seja chegada a hora das Relações Públicas passarem por uma revisão em sua história e ampliar seus horizontes, propondo como alternativa a reconstrução dos currículos dos cursos de graduação em Relações Públicas, sempre alertando e incentivando para a necessidade de pesquisa e produção de conhecimento para que se efetive a reflexão.

Matheus Gomes


SCROFERNEKER, Cleusa Maria Andrade. (Re) Construindo a história das Relações Públicas. Edição digital on-line:www.almanaquedacomunicacao.com.br/.../cleusascroferneker.doc           

A Atividade de Relações Públicas na Itália - CAMPANELLA, L.D.

Através de um resgate histórico da atividade de Relações Públicas na Itália, a autora contextualiza os conceitos adotados no país desde sua primeira atividade até a evolução da definição compreendida atualmente pelos italianos.
     Em um primeiro momento, a atividade de Relações Públicas surgiu em 1944, ao final da invasão nazista. Entretanto, é a partir dos anos 50 que a primeira atividade de Relações Públicas na época surge em um escritório de imprensa e lobby.
A segunda fase da história das Relações Públicas no país foi de 1955 a 1970, no qual a atividade começa a ser divulgada ao público externo. Diante disso, desenvolveu-se a idéia de uma nova. Em 1961, a primeira agência de Relações Públicas foi fundada pelo Aldo Chiappe e, é nessa época também que o marketing surge como instrumento de comunicação, propaganda e merchandising.
Em relação aos anos 70, segundo a autora, a atividade de Relações Públicas mesmo ficando em um plano secundário, começa a adquirir características mais definidas devido ao crescimento e transformação da sociedade italiana agrícola para a industrializada.
 Diante dessa nova fase, foi na década de 90 que a profissão começar a ser desenvolvida de forma mais institucionalizada e várias empresas começam a criar o departamento de Relações Públicas.
Outra mudança, foi em relação à terminologia que inicialmente era “public relation”, depois foi modificada para “pubbliche relazionie” e então, “relazioni pubbliche”, adotada até os dias de hoje.
A atividade de Relações Públicas se desenvolveu segundo Lana, no meio de obstáculos e de forma não linear, além do mais ganhou maior destaque na sociedade industrializada, a qual estava ligada aos discursos democráticos do país.
     A princípio, na Itália adotou-se a descrição do dicionário Webster’s New International Dictionary: “a atividade de uma indústria, de uma associação profissional e de uma entidade pública interessada em criar e manter um relacionamento com o público em geral e com o público target de modo que se aprofunde no próprio âmbito social e projete uma correta imagem para a opinião pública”.
Atualmente, a atividade de Relações Púbicas na Itália, é melhor definida pelo FERPI – Federação de Relações Públicas Italiana “como uma escolha que uma empresa ou uma organização faz com o objetivo de atender aos seus públicos e a opinião pública de maneira favorável, determinada através da reciprocidade e na compreensão de suas políticas”
Para que haja uma melhor compreensão da atividade de Relações Públicas, a autora acredita ser pertinente também definir outras áreas que compõem o mix da comunicação na Itália, como a pubblicità, la promotion ,la propaganda, a pubblicità istitucionale, lobbying e la press-agentry, explicadas de forma detalhada artigo.
A autora acredita que, antes do compromisso de gerir uma organização é necessário conjugar o verbo “poder” – oriundo do Know-how. Por isso, é importante que os profissionais reflitam sobre as estruturas sociais e os cenários em que estão inseridas as organizações que trabalham. Para ela, de nada adiantam paradigmas e técnicas de Relações Públicas sem uma visão crítica e uma sabedoria para aplicá-las.

Marina Prata Pereira


CAMPANELLA, L.D. A Atividade de Relações Públicas na Itália In: Escosteguy, A.C.; GUTFREIND, C.F (Org) Leituras em Comunicação, v.43, Porto Alegre:EDIPUCRS, 2007, pp.221-234. Disponível em:

Relações Públicas: a arte e a ciência de negociar com as pessoas - FERNANDES, Romildo

Nos últimos tempos, as empresas estão notando a importância do relações-públicas para o direcionamento adequado de suas estratégias. É devido a necessidade de negociar, construir uma imagem, uma reputação que os profissionais ganham espaço e reconhecimento no mercado dia-a-dia.
No artigo Relações Públicas: a artes e a ciência de negociar com as pessoas, Romildo Fernandes discorre sobre as diversas situações que ajudaram a construir a profissão de Relações Públicas no Brasil, mostrando o crescimento da importância dela para o mercado. Desde o final dos anos 40 até os anos 60, o autor pontua situações marcantes que foram essenciais para a profissão ser reconhecida e regulamentada no país.
O surgimento do profissional em algumas empresas de São Paulo, por exemplo, a São Paulo Light – Serviços de Eletricidade; o interesse das empresas conhecerem a nova profissão e o resultado que proporcionava; juntamente com o primeiro curso na Universidade de São Paulo, o lançamento de dois livros renomeados para a profissão e a consolidação da primeira empresa (Companhia Nacional de Relações Públicas e Propaganda S.A.) são exemplos marcantes para a história.
Durante todos os anos citados pelo autor que ocorrem essas mudanças e demonstram o desenvolvimento da Relações Públicas, cada situação permite que surja um novo conceito da profissão. Tal conceito foi responsável por permitir que o relações-públicas se tornasse essencial para o sucesso nos negócios, pois este profissional seria capaz de estabelecer um relacionamento adequado com todo o público da empresa, ação que, quando realizada da melhor forma, apresenta resultados benéficos.
No dia 4 de maio de 1972, através de um decreto federal, a profissão foi regulamentada. As relações com o público se tornavam as mais importantes estratégias mercadológicas. Romildo Fernandes afirmar que “...a informação valiosa a respeito de pessoas e métodos de influência sobre sua opinião seriam concentradas num corpo de sabedoria, corpo esse chamado de Relações Públicas”. São inúmeros os fatores que apontam a necessidade de um “RP” comandando a comunicação interna e externa da empresa. Neste artigo, o autor faz interpretações dessas necessidades, desvendando a real função do profissional e o motivo de suas ações.

Mariana Carareto Alves


FERNANDES, Romildo. Relações Públicas: a arte e a ciência de negociar com as pessoas. Artigos ABERJE. Edição digital online: www.aberje.com.br/novo/acoes_artigos_mais.asp?id=52

A natureza e o papel dos Relações Públicas - PHILIP, Lesly (Coord)

“Os fundamentos de relações públicas e da comunicação” de Philip Lesly aborda desde a origem da profissão e a importância dela e da comunicação no mundo atual até a sua relação com a mídia e o marketing. A história do relações públicas, sua origem, definição e atuação são expostos, principalmente, no prefácio e no primeiro capítulo da obra.
No prefácio, Lesly narra de maneira sucinta acerca das mudanças ocorridas por todo o mundo no início do século XXI e afirma que a maior força existente atualmente é o clima humano – a massa de atitudes das pessoas. Para Lesly, “relações públicas é a ciência e a arte de compreender, de ajustar e influenciar o clima humano”.
Também cita que a origem das relações públicas deu-se nos Estados Unidos no início do século XX através de Ivy Lee que demonstrou a importância e a força da opinião pública na formação da imagem de uma organização. A partir de 1930 diversas universidades estadunidenses possuíam o curso de relações públicas principalmente por causa da importância que este profissional teve durante a crise de 1929. O período de ouro de relações públicas se deu no governo de Roosevelt que fez amplo uso dos veículos de comunicação. As primeiras pesquisas de opinião também foram feitas nos EUA na época do “new deal” e a comunicação pública – informações de interesse público sobre ações do governo – foram amplamente aplicadas no decorrer da segunda guerra mundial.  Devido a isso Lesly diz que o aperfeiçoamento dos princípios e práticas de relações públicas também ocorreu nos Estados Unidos, visto que foi neste país que a profissão se desenvolveu, ganhou reconhecimento e estruturou suas bases que possibilitaram sua difusão para o resto do mundo. Mas Lesly ressalta que a maneira como ela é praticada pelo mundo é variável de acordo com a estrutura da sociedade, educação, fontes de informação, tradições, entre outros.
No primeiro capítulo o autor aborda o desenvolvimento de relações públicas, sua área de atuação, o uso da terminologia e qual o valor (função) que o relações públicas representa para o público.
Philip Lesly inicia o capítulo explanando que Relações Públicas é uma necessidade do mundo atual. É feito um breve panorama acerca da evolução que ocorreu nos últimos anos no âmbito da comunicação e a importância dela na mudança do ser humano que está cada vez mais independente, orientado pelas suas próprias opiniões.  Em seguida é citada superficialmente a origem de Relações Públicas como “propaganda” e as outras funções que foram atribuídas progressivamente conforme a profissão foi evoluindo. Conforme o desenvolvimento das relações públicas, De acordo com Lesly, “relações públicas pode ser definida como ajudar uma organização e seus públicos a mutuamente se adaptar uns aos outros”.
Nos tópicos seguintes deste capítulo o autor especifica qual o papel dos profissionais de relações públicas, explica o uso correto e a definição dos termos correntes nesta área, a relevância e a função deste profissional de acordo com os públicos, quem pode atuar como relações públicas e sua capacitação, as funções dele nas organizações, as etapas de seu trabalho e os benefícios que estas atividades proporcionam.

Margareth Midory Mori


PHILIP, Lesly (Coord). Os fundamentos de Relações Públicas e da Comunicação. Capítulo 1: “A natureza e o papel dos Relações Públicas”. São Paulo: Ed. Pioneira Thomson Learning, 2002. p. 1-20. Tradução: Roger Cahen.